O PQA (Prêmio Qualidade Amazonas) comemora 31 anos em 2024, com 686 organizações reconhecidas pela excelência na qualidade e a perspectiva de alcançar números mais ambiciosos neste ano. A comenda vem acompanhada pela terceira edição da Feira da Qualidade, que entre 24 e 27 de setembro, no Centro de Convenções Amazonas Vasco Vasques, na Chapada, zona Centro-Sul de Manaus. Qualquer organização pode participar do evento, estando ou não inscrita para o prêmio.
Lançado pelo Dampi (Departamento de Assistência à Média e Pequena Indústria) da Fieam (Federação das Indústrias do Estado do Amazonas), com o objetivo de apoiar o desenvolvimento industrial e impulsionar o crescimento econômico regional, o PQA 2024 visa reconhecer e recompensar os esforços das organizações na melhoria de processos produtivos e gestão organizacional. As inscrições iniciaram em fevereiro e os resultados da primeira fase devem sair nesta quarta (12), conforme o cronograma.
A coordenadora do Programa Qualidade Amazonas, gestora do Dampi/Fieam e organizadora do evento, Erlen Lúcia Oliveira Montefusco, lembra que a qualidade está em tudo e o PQA vai ao encontro dessa realidade.
“O objetivo principal do programa é apresentar a estas organizações metodologias que facilitem a gestão e a melhoria dos processos. Dessa forma, elas conseguem resultados melhores”, destacou. “Neste ano, a gente está vindo com muito mais organizações. Já temos mais de 70 inscritas”, emendou.
O PQA é o único programa do país em sua modalidade que premia todos os segmento e portes de organizações.
No ranking de participação, as indústrias são mais numerosas nas inscrições, sendo seguidas pelas MPEs e pelo setor público (incluindo saúde, educação).
“Mas, todas cabem neste processo. A indústria participa das premiações de Gestão e Processo. Mas, até hoje, nossa maior premiação foi entregue basicamente a organizações militares. A 12ª Região Militar, por exemplo, foi Troféu Diamante há seis anos. Temos um trabalho com Exército, Marinha e Aeronáutica há mais de dez anos”, ressaltou.
Como participar
A gestora do Dampi/Fieam explica que a empresa interessada em participar do PQA pode vir por dois caminhos: diretamente, ou por meio do Sebrae.
“A organização nos procura por nossas redes sociais e faz a inscrição. A gente dá esse acompanhamento se ela precisar de ajuda para escrever o relatório. Temos também um parceiro muito forte, que é o Sebrae, que está com a gente desde o início, e também auxilia na capacitação das micro e pequenas empresas para o processo de premiação”, comentou.
A dirigente explica que a proposta não foca em produto, mas em demonstrar o processo de qualidade por trás desses produtos.
“O prêmio acontece quase o ano inteiro. A gente tem em nosso casting mais de 100 avaliadores da área da qualidade. Muitos trabalham na indústria, muitos são mestres/doutores, e todos se dispõem a trabalhar voluntariamente, dedicando três meses ao PQA. Essa equipe é quem faz a avaliação. Os relatórios, que apresentam uma visão do que técnicos especializados viram a respeito da organização, já vão começar a ser entregues”, enfatizou.
Ao detalhar a metodologia, ela explicou que a premiação de Processo, por exemplo, leva em conta a resolução de problemas através do PDCA.
“Eu tinha um problema, e ele foi resolvido com ferramentas da qualidade? Você precisa mostrar o antes, o que foi feito para corrigir, e o depois, que são os resultados conseguidos. Essa modalidade nasceu do chão de fábrica, do círculo de controle de qualidade. É nossa, própria do PQA. Isso gera ganho, diminui desperdício”, salientou.
Tradição e apoios
A executiva informa que o PQA é o programa mais antigo da Fieam. Foi criado em 1991, ano em que todos os Estados passaram a contar com programas estaduais. Mas, neste ano, apenas cinco contam com iniciativas do gênero – incluindo o Amazonas.
“Isso ocorre muito por a gente ter tido sempre o apoio da Presidência da Fieam, que comprou a ideia da qualidade para nossas indústrias e todos os segmentos”, salientou, acrescentando que as premiações não pararam em nenhum ano, nem mesmo durante a pandemia.
Segundo Erlen Montefusco, o evento já conta com “apoio forte” do Governo do Estado e da Prefeitura de Manaus.
“Eles entenderam que é um momento importante, quando a gente consegue juntar a grande indústria e os micro e pequenos empresários, que têm dificuldade de acesso ao setor. A proposta da feira veio para a gente juntar os pequenos e os grandes para que a gente possa gerar negócios locais. Temos muitos casos de pequenas organizações que certificaram e conseguiram nível de qualidade maior, em função dessa participação. E é uma forma de gerenciamento que podemos aplicar também em nossas vidas”, frisou.
A coordenadora do Programa Qualidade Amazonas pede apoio das academias e diz que esse é o momento ideal para quem está em uma faculdade conseguir enxergar como é verdadeiramente o mercado de trabalho. Por conta disso, diversos órgãos, como Ufam (Universidade Federal do Amazonas) e Suframa (Superintendência da Zona Franca de Manaus) foram sondados.
“Acredito que é muito bom mostrar a qualidade da Ufam e dos serviços que ela presta em ensino, pesquisa e extensão. Esses espaços, que são de ampla visibilidade, são sempre muito melhores, porque temos o contato com a população, com os players, e com as mais distintas dimensões do Estado e da sociedade civil. A universidade sempre contribuiu da melhor maneira possível com qualidade, possibilidades de desenvolvimento humano e social. Portanto, não podemos ficar fora dessa atividade”, disse o titular da Proext (Pró-reitoria de Extensão) da Ufam, professor Almir Oliveira de Menezes.
O superintendente da Suframa, Bosco Saraiva, reconhece o valor da iniciativa.
“O Programa de Qualidade Amazonas é uma condecoração para aqueles que efetivamente contribuíram e continuam contribuindo para o desenvolvimento da qualidade dos produtos do Polo Industrial de Manaus. Iniciativas como essa são fundamentais para que a gente continue no topo da cadeia de qualidade e de produção de nosso parque fabril. Levando-se em conta que já está no ar há mais de 30 anos, o PQA continua sendo uma ponta de lança desse reconhecimento em nosso Estado”, concluiu.