A Associação de Mídias Audiovisuais e Cinema do Amazonas (Amacine) e a Igara Filmes e Produções têm a honra de convidar o público e a imprensa para o lançamento do documentário “Maria e José: Histórias da Hanseníase no Amazonas”. A obra, resultado de uma profunda pesquisa e produção de 10 meses, promete ser um marco no registro histórico e social do Estado. O evento de estreia será no Salão de Eventos do Valer Teatro, no Largo São Sebastião, bairro Centro de Manaus, na Zona Sul, ,no dia 7 de outubro de 2025 (terça- feira), às 18h,
O projeto, que envolveu mais de 50 profissionais entre equipe e elenco, tem como objetivo principal criar um documento histórico duradouro sobre os 150 anos da Hanseníase no Amazonas e abrir frentes de conversas em universidades e cursos de História, promovendo um olhar menos preconceituoso e mais cuidadoso sobre o passado da saúde pública no Amazonas. A obra busca resgatar a dignidade desses amazonenses que foram estigmatizados e marginalizados.
Da tragédia no Juruá à luta por dignidade em Manaus
O documentário se constrói a partir da saga real de Maria e José, um casal que contraiu hanseníase (lepra) nos anos 50 no município de Itamarati, no Alto Rio Juruá. Suas jornadas em busca de tratamento em Manaus expõem a realidade brutal da doença e o preconceito da época.
Enquanto José lidou com o conformismo diante da visão social da doença, Maria superou percalços insuperáveis: perdeu uma filha para a adoção forçada, mas encontrou forças para se formar como servente hospitalar e dedicar-se ao cuidado de outros pacientes no Leprosário de Paricatuba. Sua história é um testemunho de resiliência e superação.
Resgate histórico e científico de 100 Anos
Em paralelo à jornada pessoal de Maria e José, o filme realiza uma desafiadora reconstituição histórica de 100 anos da hanseníase no Amazonas, cobrindo o período de 1880 a 1980.
O documentário utiliza uma estética narrativa rica e variada, combinando reconstituições dramáticas com o trabalho de atores, figurantes, figurino de época e maquiagem para dar vida a momentos-chave, incluindo a vida nos leprosários Colônia Antônio Aleixo e Paricatuba.
Além disso, também utiliza de recursos visuais com cenas desenhadas, fotografias de registro e reconstrução gráfica computadorizada (CGI) da arquitetura da Vila Belisário Penna para ilustrar a dimensão da crise sanitária. E traz a narrativa médica ancorada por um ator que interpreta o Dr. Alfredo da Mata, narrando as preocupações médicas e o enfrentamento à hanseníase no início do século XX.
Após a estreia gratuita, o documentário amazônico assinado por Z Leão, com roteiro de Priscilla Peixoto e direção de arte de Claudilene Siqueira, seguirá para um circuito em universidades e faculdades, além de buscar carreira em mostras e festivais de documentário no Brasil.
Fotos: Claudilene Siqueira



