Poucos dias antes de comemorar um ano, a Lei n.º 6.647 de 15 dezembro de 2023, que estabelece normas, procedimentos e incentivos à pesca do Tucunaré, uma das espécies de peixes mais conhecidas da fauna aquática amazônica e peixe-símbolo da pesca esportiva no estado, sofre importantes alterações.
A sanção da lei pelo governador Wilson Lima, no dia 28 de novembro, determina que três subespécies específicas:Tucunaré-açu (Cichla temensis), Tucunaré-vazoleri (Chicla vazoleri) e Tucunaré-pinima (Cichla pinima) não podem ser pescados comercialmente no estado em nenhum período do ano.
Os pescadores esportivos, que já têm o tucunaré como símbolo de sua atividade, devem adotar a modalidade pesque e solte, na qual o recurso pesqueiro capturado deve ser devolvido vivo ao ambiente de captura. As medidas devem favorecer a recuperação da espécie e, consequentemente, aumentar a presença nos rios, fortalecendo o segmento de pesca esportiva.
De acordo o secretário de Estado da Produção Rural (Sepror), Daniel Boges, engenheiro de pesca e pescador esportivo, o segmento é um importante vetor econômico que garante recursos para muitas famílias amazonenses, principalmente do interior do estado.
“A curto prazo a Lei traz benefícios à espécie. Em médio e longo prazo o benefício é para pescas esportivas e para o turismo em todo o nosso estado. Com o repovoamento dos nossos rios com tucunarés, a pesca esportiva vai crescer e trazer desenvolvimento aos nossos agricultores, que nas entressafras se dedicam à pesca esportiva”, enfatizou Borges.
Apesar de já possuir legislação de proteção ao tucunaré (todas as subespécies), que já proibia a captura e o abate do tucunaré durante o período de reprodução, que vai do dia 1º de janeiro até 15 de março e nas áreas de conservação como Rio Negro, Paraná da Eva, Lago do Puraquequara, Lago Tarumã-Açu, Lago do Tarumã-Mirim, Rio Cueiras e Lago Apuaú, algumas subespécies necessitavam de um cuidado ainda maior.
O defeso deste ano começou no dia 15 de novembro e vai até 15 de março de 2025, estratégia adotada para garantir tempo para a reprodução e crescimento dos peixes.
A força e a tenacidade da espécie é um atrativo para o público cada vez maior dessa modalidade de diversão. A dificuldade por ele imposta aos pescadores valoriza a sua captura, isso tudo, sem falar no sabor da carne, que ao longo das décadas também causou muitos problemas ao Cichla SPP.
Fomento à Pesca Esportiva
Percebida como uma promissora matriz econômica, a pesca esportiva amazonense já garante emprego e renda para muitas famílias, conhecedoras das curvas sinuosas dos rios amazônicos, entradas e saídas dos lagos e igarapés. Seja conduzindo os pescadores esportivos, a maioria turistas, ou atendendo as equipes em terra firme, nas pousadas ou restaurantes, é cada vez maior a contribuição econômica que a atividade garante aos amazonenses.
Além da proteção de três subespécies de tucunaré, a sanção do Governador Wilson Lima reconhece o crescimento e importância da Pesca Esportiva, criando um Fundo Estadual de Incentivo à Pesca Esportiva (Feipe), que vai implementar ações destinadas a uma adequada gestão de incentivo e promoção do turismo de pesca esportiva, de forma a garantir um desenvolvimento integrado e sustentável e a elevação da qualidade de vida da população, além de fomentar compensações pelas restrições ao abate de peixes.
Fotos: Divulgação/Sepror