O número de afastamentos do trabalho por burnout atingiu, em 2023, o maior patamar dos últimos dez anos no Brasil, de acordo com dados do Instituto Nacional do Seguro Social (INSS), vinculado ao Ministério da Previdência Social. Esse crescimento foi impulsionado principalmente durante a pandemia de coronavírus. Comparado a 2019, houve um aumento de 136%. Em uma década, os afastamentos pelo esgotamento profissional apresentaram um crescimento expressivo de quase 1.000%, trazendo a saúde mental do trabalhador para o centro de diversos debates.
Nesse aspecto, a liderança eficaz se mostra uma ferramenta importante para prevenir o problema e construir ambientes de trabalho mais saudáveis e produtivos. Uma recente revisão de literatura, conduzida pelas pesquisadoras Ana Lucia Teixeira Hirschle e Sônia Maria Guedes Gondim, do Programa de Pós-Graduação em Psicologia da Universidade Federal da Bahia (UFBA), revelou que fatores como organização das tarefas, demandas profissionais e recursos pessoais, como resiliência e autoeficácia, desempenham papéis de destaque no bem-estar dos trabalhadores. Além disso, o suporte social de colegas e superiores foi identificado como um elemento que pode reduzir de forma significativa os impactos negativos do estresse no ambiente profissional.
Bia Nóbrega, especialista em Desenvolvimento Humano e Organizacional com quase 30 anos de experiência e embaixadora da orienteme, plataforma que oferece soluções integradas para promover a saúde, bem-estar e produtividade, lembra que líderes com uma postura humanizada podem identificar sinais precoces de esgotamento, diminuindo assim os impactos do estresse em suas equipes.
“O estilo de liderança exerce uma influência direta na saúde mental dos colaboradores. Gestores autoritários ou negligentes tendem a estar associadas a índices mais altos de burnout, enquanto abordagens mais participativas e empáticas ajudam a construir um clima de confiança e resiliência”, completa.
Os ambientes corporativos que conciliam as metas organizacionais com as necessidades individuais dos colaboradores costumam também apresentar menor rotatividade, maior engajamento e melhor desempenho geral.
Lideranças que impactam a saúde mental
“Liderança não é apenas sobre atingir metas, mas sobre garantir que as pessoas que ajudam a alcançá-las estejam bem cuidadas. Líderes que se preocupam genuinamente com o bem-estar de suas equipes criam uma cultura de confiança, pertencimento e produtividade sustentável,” explica Bia.
A especialista aponta que a falta de suporte emocional e reconhecimento no ambiente de trabalho pode agravar sintomas de esgotamento, como exaustão extrema, despersonalização e sentimento de incompetência. Por outro lado, práticas como feedback construtivo, flexibilização de rotinas e fomento ao diálogo são eficazes na promoção do bem-estar.
A promoção de uma cultura organizacional saudável não é apenas uma necessidade ética, mas também estratégica para os negócios. Líderes que priorizam a saúde mental de suas equipes contribuem para a construção de um ambiente mais colaborativo, produtivo e sustentável a longo prazo, o que vai gerar melhores resultados em geral. “Em um mundo corporativo cheio de desafios, o papel da liderança na prevenção do burnout torna-se indispensável para o sucesso das organizações”, conclui.
Sobre Bia Nóbrega:Bia Nóbrega é uma multiempreendedora focada no desenvolvimento humano e transformação organizacional, com mais de 25 anos de experiência. Atua como Conselheira Consultiva, CHRO não exclusiva, mentora de líderes, palestrante, escritora, professora e investidora-anjo. É reconhecida com prêmios como TOP Influenciadora de RH (RH Summit), TOP HR Influencer (Go Integro) e Líder Legacy (Think Work), além de ser uma voz ativa em comunidades de liderança como Women Corporate Directors (WCD) e Instituto Brasileiro de Governança Corporativa (IBGC).
Ao longo de sua carreira, liderou projetos que conciliam alta performance e inovação organizacional, utilizando metodologias ágeis para promover mudanças sustentáveis. Bia também integra o Comitê Executivo do IVG (Instituto Vasselo Goldoni), onde contribui para fortalecer lideranças femininas por meio de mentoria e networking. Coautora de livros sobre Futuro do Trabalho, Experiência do Colaborador e Mentoria, já impactou mais de 20 mil pessoas em palestras e eventos e acumula mais de 3 mil horas de mentoria e coaching, consolidando sua influência no universo de Pessoas e Cultura.

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