O Polo Industrial de Manaus (PIM) vive um de seus momentos mais consistentes da última década. Os números apresentados nesta sexta-feira (12), à imprensa de Manaus, pelo Centro da Indústria do Estado do Amazonas (CIEAM), revelam não apenas crescimento econômico, mas a consolidação de um modelo industrial estratégico para o país. A apresentação foi conduzida pelo presidente do Conselho Superior do CIEAM, Luiz Augusto Barreto Rocha, pelo presidente executivo, Lúcio Flávio de Oliveira, e pelo coordenador da Comissão CIEAM de Comércio e Exterior, Celiomar Gomes.
Os dados de 2025 impressionam. O PIM bateu recorde de faturamento mensal pelo segundo mês consecutivo e acumula R$ 189,5 bilhões até outubro. A projeção para o fechamento do ano é ainda mais expressiva: R$ 216 bilhões em faturamento, com crescimento de 5% em dólar em relação a 2024. O desempenho reafirma a competitividade do parque industrial amazonense mesmo em um cenário global desafiador.
Para Luiz Augusto Barreto Rocha, os resultados são consequência direta de um ambiente institucional estável.
“Os números mostram que, quando há segurança jurídica, previsibilidade e compromisso institucional, a indústria responde com desempenho robusto. O nosso papel é preservar esse ambiente para que 2026 seja ainda mais forte”, destacou. Segundo ele, o diálogo transparente com a imprensa e a sociedade é parte essencial da construção dessa confiança.
Indústria 4.0, inovação e liderança tecnológica
Um dos eixos centrais da apresentação foi o avanço tecnológico das indústrias instaladas no PIM. Questionado sobre metas relacionadas à Indústria 4.0 e 5.0, Lúcio Flávio de Oliveira enfatizou que a inovação já está incorporada à rotina produtiva de Manaus.
“A tecnologia está presente nos produtos de classe mundial fabricados aqui. É impossível desvincular inovação da agenda de uma indústria que compete globalmente”, afirmou.
O CIEAM atua diretamente nessa agenda por meio de duas estruturas complementares: a Comissão CIEAM de Inovação, liderada pela conselheira Mariana Barrela, e a Comissão de Competitividade, coordenada pelo professor da Universidade Federal do Amazonas (UFAM), Augusto Rocha. Juntas, as comissões impulsionam a modernização dos processos produtivos e a adoção de novas tecnologias no Polo.
Outro destaque foi a busca das indústrias pela Certificação do Índice de Maturidade, que mede o nível de aderência à Indústria 4.0. Antes baseada apenas em um modelo alemão, a metodologia passa agora a contar com um sistema nacional, desenvolvido por encomenda do governo brasileiro ao INMETRO. O novo padrão permitirá qualificar e certificar formalmente as indústrias de Manaus, abrindo caminho para que a maioria alcance, nos próximos anos, os estágios de Indústria 4.0 e, posteriormente, 5.0.
Logística e a BR-319 como pauta estratégica
Além da inovação, a infraestrutura logística foi apontada como fator decisivo para a competitividade do PIM. Nesse contexto, a BR-319 foi destacada como uma pauta prioritária, importante e indispensável para a indústria amazonense. A rodovia é vista como essencial para garantir o direito básico de ir e vir, reduzir custos logísticos e integrar o Amazonas de forma mais eficiente ao restante do país.
“Sem discursos vazios, seguimos trabalhando institucionalmente, inclusive no Congresso Nacional, para que a indústria do Amazonas tenha assegurado esse direito básico”, reforçou Luiz Augusto Barreto Rocha, ao destacar que o tema impacta diretamente não apenas o setor produtivo, mas toda a sociedade.
Amazônia industrial e COP 30
O encontro também reforçou o posicionamento do CIEAM no debate internacional sobre clima e desenvolvimento. A entidade terá participação ativa na COP 30, onde pretende apresentar o Polo Industrial de Manaus como um exemplo concreto de desenvolvimento sustentável, capaz de gerar riqueza, emprego e inovação sem ampliar o desmatamento.
Nesse contexto, ganha relevância a afirmação do presidente do Conselho Superior do CIEAM, Luiz Augusto Barreto Rocha, que “a vocação da Amazônia é a indústria”. Mais do que uma frase de efeito, o conceito se sustenta nos números recordes, no avanço tecnológico e no papel do PIM como alternativa econômica sustentável. Ao concentrar valor agregado, tecnologia e empregos qualificados, a indústria reduz a pressão sobre atividades predatórias e se apresenta como parte da solução ambiental e econômica para a região.
Os dados de 2025 indicam que o Polo Industrial de Manaus não apenas cresce, mas se reposiciona estrategicamente para 2026, combinando inovação, logística, sustentabilidade e protagonismo global.



Fotos: assessoria CIEAM
